domingo, 25 de julho de 2010

VENCEDOR VERMELHO DE VERGONHA

1. VENCEU O PIOR – meu último blog começava pelo título “VENCEU O MELHOR” e era uma elegia ao time de futebol da Espanha, bravo campeão da COPA DO MUNDO DA ÁFRICA DO SUL. Pois hoje o título é o antônimo e o protagonista principal também é espanhol, mas de estirpe bem diferente: esse tal de Alonso – figura patética, depois de tentar ultrapassar Felipe Massa e não conseguir. “É ridículo”, bradava,, como se sua incompetência fosse culpa do adversário. E choramingava – ele sim, ridículo - certamente apelando para que uma força maior, ainda mais imoral, lhe desse a dianteira imerecida. E a voz superior da “Máfia Rossa” acudiu prontamente e lá se foi ele para o pódio, desperdiçar o Sekt alemão, ao lado de sua vítima. Esporte, “mens sana in corpore sano”, ética, saúde mental e moral. Na Fórmula 1, está mais do que provado, nada disso existe. Lembram da vergonha do Piquet, provocando um acidente, pondo em risco a vida alheia, para “arrumar um resultado” exatamente para esse mesmo Alonso ? E prejudicando o mesmo Massa, que perdeu preciosos pontos que posteriormente ter-lhe-iam lhe dado o Campeonato ? Jamais voltarei a assistir a essas corridas da Fórmula 1. Qual a graça de uma corrida em que não ganha quem corre mais ? Lembram do Rubinho com o Schumacher ? Continua tudo na mesma. Quer dizer, quem ainda continuar vendo essa competição é porque gosta de ser enganado. E eu não gosto...E acho que deveria haver uma corrente na internet concitando todo mundo a ignorar a Fórmula 1, que merece ser justamente levada à falência, banida e desprezada. Ou devemos continuar prestigiando a desonestidade ao vivo e a cores, em cadeia mundial ?
2. MEMÓRIAS - Uma vez, fui com o Ministro Roberto Campos almoçar no Museu de Arte Moderna e ele me disse ironicamente que lá não comiam pessoas físicas - só pessoa jurídica. Era muito caro...mas naquele dia o Governo Brasileiro ia pagar, porque o almoço era importante. Antes de encontrarmos nossos convidados ilustres, chegou ao restaurante o Marechal Costa e Silva com sua "entourage", já eleito Presidente da República. Roberto Campos devotava-lhe um desafeto profundo. Costa e Silva desestabilizara o Governo Castello Branco quando soube que o Presidente estava articulando a passagem do seu cargo para o Deputado Bilac Pinto, de Minas Gerais, de modo a interromper os Governos Militares e restabelecer a Democracia. Costa e Silva era o Ministro da Guerra, estava "picado pela mosca azul" e tinha as armas na mão. Vai daí... Já Roberto Campos, este considerava Castello Branco um grande estadista e o venerava. Jamais perdoou Costa e Silva. Estranho muito que eu nunca tenha visto essa circunstância histórica escrita nos livros sobre o período autoritário.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

MOBRAL: CAMPEÃO DA COPA DO MUNDO DE ALFABETIZAÇÃO

1. VENCEU O MELHOR - Gostei da vitória da Espanha na COPA. É o país que mais investe no futebol profissional mundial e propicia os melhores espetáculos desse esporte atualmente. Claro que preferia a vitória do Brasil, mas como não deu... Na COPA de 1950, no Maracanã, a Espanha me possibilitou ver uma das maiores atuações de uma equipe e de um jogador de futebol: a seleção brasileira liderada por Zizinho, para mim o maior craque brasileiro de todos os tempos. E nós todos, nas arquibancadas, cadeiras e gerais, cantávamos em coro: “Eu fui às touradas de Madri...” Enquanto o Brasil “enfiava” 6 x 1 nos espanhóis. Devo as grandes emoções daquele dia remoto à Espanha. Além do mais, no caso específico do jogo da Final deste ano, minha torcida era bem definida. Os holandeses desenvolvem um futebol violento e intencionalmente maldoso. No jogo com o Brasil entraram deliberadamente para que algum jogador brasileiro fosse expulso – e conseguiram ! Desde o início da partida foram desleais, se atiravam ao solo em todos os contactos com os jogadores brasileiros e reclamavam um cartão do juiz. Apitaram o jogo sob a complacência do árbitro. Aliás, a COPA foi caracterizada por árbitros fracos, erros clamorosos, uma bola indomável e um público maravilhoso. Olé ! E arriba Espanha !
2. COPA DE 2014 – Já marquei com meu amigo Carlos Eduardo da Silva Pinto para vermos juntos um dos jogos da COPA de 2014. Em 1950 estávamos no Maracanã quando o Brasil estreou contra o México, vencendo por 4 x 0. O motorista do Dr. Mário da Silva Pinto, pai de Carlos Eduardo, nos levou - éramos muito garotos. Carlos Eduardo me lembrou outro dia que havia uma grande poeira cinza pairando sobre todo o estádio, pronto poucas semanas antes do evento. Como chove pouco no Rio em junho e julho e não o lavaram.. Ficamos espremidos no meio da multidão, mas a vitória compensou. Nos jogos posteriores do Brasil, contra a Espanha e a Suécia, fui com a turma de rapazes mais velhos da Montenegro – Dilermando, Vantuil, José Fernandes e Paulo Príncipe, se não me engano. Foi um milagre me deixarem ir, mas por influência do Dr. Álvaro Borges, amigão do meu pai, fui liberado. O aperto continuou o mesmo, mas as vitórias da nossa Seleção foram inesquecíveis. Em 2014 vamos revisitar juntos - Carlos Eduardo e eu - aquelas velhas emoções.
3. EMPREGO PARA TODOS - O primeiro semestre de 2010 foi bom para os trabalhadores brasileiros, com a criação acumulada de 1.473.320 novos empregos formais – quase 250 mil a cada mês. Em junho houve a geração de 212.952 postos de trabalho. O Brasil tem hoje 34.474.339 empregos com carteira assinada, uma das maiores forças de trabalho do mundo.
3. BEM-AMADO – vem aí o filme Bem-Amado, com o Nanini, recordando aquela novela em que Paulo Gracindo deu um show de representação. Seu personagem, o Prefeito Coronel Odorico Paraguaçu, ficou mal-afamado sobretudo pelo seu empenho em construir um cemitério em seu Município. Na novela isso aparecia como uma falha grave de gestão na Prefeitura. Preconceito de citadinos. No meu tempo de MOBRAL, ao fazer um Censo de analfabetos, nossa Coordenadora no Rio Grande do Norte, Lurdinha Bittencourt, chegou ao sopé de uma serra que diziam habitada por umas poucas pessoas. A turma do MOBRAL subiu, em quatro horas de caminhada. Surpresa. Encontrou milhares de pessoas vivendo lá, fora do mundo... Na poética Serra do João do Vale. O MOBRAL começou a trabalhar com a comunidade descoberta, alguns funcionários chegaram a morar lá durante algumas semanas e realizaram uma campanha de alfabetização intensiva, cursos de educação sanitária, atividades culturais, treinaram monitores locais etc etc etc Lurdinha foi ao Governador Tarcísio Maia, obteve seu apoio e uma estrada começou a ser construída. Os moradores da Serra penavam: costumavam descer a pé, em grupo, revezando-se como carregadores, quando era preciso transportar seus mortos. Diziam que como seu cemitério não havia sido benzido por um padre, ocorriam problemas macabros: de quando em vez as sepulturas apareciam reviradas. Daí, enterrarem seus defuntos tão longe, em Augusto Severo. Sua maior aspiração era ter um cemitério inaugurado por um padre. Não sabiam que os muros tinham que ser aprofundados com cortinas de concreto, para evitar a entrada de tatus no Campo Santo – esse era o problema dos túmulos revirados. De qualquer forma, o Governador Lavoisier Maia, sucessor de Tarcísio, reconstruiu o cemitério, foi lá de helicóptero com um padre para inaugurá-lo e o povo ficou feliz como ninca. Em 8 de setembro de 1981 - eu já havia saído do MOBRAL - a UNESCO nos deu seu maior Prêmio de Alfabetização pelo trabalho na Serra do João do Vale. Por termos descoberto um Brasil lindo, mas desconhecido e abandonado...