sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

EM BUSCA DA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

Oportuno o pronunciamento da Presidente Dilma sobre Educação, ao ensejo do início do novo ano letivo. A mim, que já trabalhei nesse setor, trouxe novas esperanças, mas também a grande dúvida: como nossos governantes vão enfrentar o desafio da qualidade ? Os problemas quantitativos estão cada vez mais fáceis de resolver, inclusive pelo fato de a evolução demográfica brasileira ser altamente favorável – crescimento populacional reduzido e contingentes cada vez menores nas faixas etárias compreendendo a infância e a adolescência. Os investimentos no setor educacional estão crescendo no ritmo adequado e as novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) facilitam em muito o trabalho pedagógico, assim como o atingimento dos locais mais remotos de nosso vasto território. Mas a receita tradicional não está funcionando e a qualidade permanece decepcionante. A pontuação obtida pelos estudantes brasileiros no teste PISA, realizado pela OCDE e envolvendo dezenas de países, é cronicamente desfavorável: estamos sempre entre os últimos colocados. Mas como enfrentar esse desafio ? Não creio que apenas medidas ortodoxas, adotadas em outros países ao longo das últimas décadas – e que estão sendo imitadas em nosso País - possam resolver o problema brasileiro, cheio de especificidades culturais que têm grande influência no sucesso de programas de massa como são os educacionais. O funcionamento pleno de um sistema de educação continuada, aberto a todos os brasileiros, e a adoção maciça das novas tecnologias de ensino (TIC), para todas as classes populacionais, são medidas consagradas globalmente e certamente adequadas em nosso caso. Mas é preciso mais... Entender a alma brasileira, seus vícios e virtudes. Dentre as pessoas que visitam este blog estão muitos educadores e interessados em Educação. Deixo-lhes, sem maiores detalhes, três sugestões que não estão sendo cogitadas no Brasil e que gostaria que comentassem, à base das experiências que viveram:
a) Fazer da escola o centro da comunidade, com todas as implicações, internas e externas, que esse papel central há de ter.
b) Criar o conceito de “garantia de qualidade” em Educação – garantia que os estabelecimentos e agentes educacionais, públicos e privados, indistintamente, devem ser obrigados a dar a quem utiliza seus serviços.
c) Implantada a educação continuada – que deve acontecer em todos os lugares, para todos, durante toda vida – o lar, e mais especificamente a família, passa a ser o sujeito/objeto privilegiado do processo. De tal forma que, a exemplo do “médico de família”, devemos instituir de imediato o “professor de família”, que irá aos lares necessitados e atuará sobre todos os seus membros – crianças, adolescentes, adultos e idosos – principalmente orientando-os sobre os caminhos da educação continuada disponíveis localmente, para superar as barreiras do conhecimento.
Pensem nisso e comentem, pois há muito trabalho pela frente e o tempo voa...
PS - Este texto só pode ser citado, total ou parcialmente, dando-se crédito ao seu autor.